Guia completo de preenchimento facial: tipos, durabilidade, riscos, como escolher profissional e cuidados essenciais

Lembro-me claramente da vez em que entrei pela primeira vez numa clínica estética com a mistura de curiosidade e medo que muitos sentem: queria suavizar as linhas ao redor da boca, mas não queria perder a naturalidade do meu rosto. Na minha jornada como jornalista e especialista em estética, já acompanhei dezenas de pacientes, fui a consultas, observei procedimentos e aprendi — na pele e nas histórias — o que realmente importa quando falamos de preenchimento.

Neste artigo você vai aprender, de maneira prática e confiável: o que é preenchimento, quais são os tipos mais usados, como escolher o profissional certo, riscos e cuidados, resultados esperados e respostas às dúvidas mais comuns. Vou contar exemplos reais, explicar o “porquê” por trás das recomendações e indicar fontes confiáveis para você checar.

O que é preenchimento?

Preenchimento refere-se a procedimentos minimamente invasivos em que se injeta substâncias sob a pele para repor volume, suavizar rugas ou remodelar contornos. É muito usado no rosto: lábios, sulcos nasogenianos, maçãs do rosto, queixo e mandíbula.

Tipos principais de preenchimento

  • Ácido hialurônico (AH): o mais comum. É biocompatível, absorvível e pode ser dissolvido com uma enzima (hialuronidase) em caso de necessidade.
  • Hidroxiapatita de cálcio (Radiesse): fornece sustentação e estimula produção de colágeno; é semi-permanente.
  • Ácido poli-L-láctico (Sculptra): estimula colágeno ao longo de meses; usado para restaurar volume gradualmente.
  • Polimetilmetacrilato (PMMA): preenchimento permanente — hoje usado com cautela e por profissionais experientes devido ao risco de complicações a longo prazo.
  • Colágeno e outros: menos comuns atualmente; muitos foram substituídos pelo AH e por materiais com perfil de segurança melhor.

Como o preenchimento funciona — explicado de forma simples

Pense no rosto como uma estrutura cheia de “colchões” de gordura e tecido que, com a idade ou genética, se movem ou diminuem. O preenchimento repõe ou reposiciona esse volume. O ácido hialurônico, por exemplo, atrai água e cria suporte; substâncias como Radiesse servem como “andaime” para o tecido, estimulando o colágeno.

Por que o ácido hialurônico é o mais popular?

  • É reversível: há uma enzima (hialuronidase) que dissolve o AH se houver problema ou resultado indesejado.
  • Tem baixo risco de rejeição porque já existe de forma natural no corpo.
  • Permite resultados sutis e naturais quando aplicado por mãos experientes.

Quem pode fazer preenchimento?

Em termos gerais: adultos saudáveis sem infecções ativas na área a ser tratada. Não é recomendado durante gravidez ou amamentação, ou em pacientes com certas doenças autoimunes sem avaliação médica. A avaliação individual por um profissional qualificado é essencial.

Como escolher o profissional certo

Essa é provavelmente a etapa mais importante. Algumas dicas práticas que sigo e recomendo:

  • Procure médicos habilitados (dermatologistas ou cirurgiões plásticos) com formação em procedimentos estéticos.
  • Peça para ver fotos de antes/depois de pacientes reais e pergunte sobre complicações ocorridas na prática do profissional.
  • Verifique se o consultório tem registro, ambiente adequado e material descartável/livre de contaminação.
  • Questione sobre o produto (marca, lote) e peça para que seja apresentado o rótulo antes do procedimento.
  • Desconfie de preços muito baixos ou ofertas em massa — segurança tem custo.

O que esperar na consulta e no procedimento

Na consulta, o profissional deve:

  • Avaliar seu rosto, discutir expectativas reais e possíveis alternativas.
  • Explicar os riscos, benefícios e o plano de tratamento (quantos ml, textura do produto, técnica).
  • Registrar consentimento informado por escrito.

O procedimento costuma durar 20–60 minutos, com limpeza, anestesia local (creme ou injetável) e aplicação. Após, pode haver inchaço e pequenos hematomas por alguns dias.

Riscos e complicações — o que saber

Preenchimento é seguro quando bem indicado, mas pode apresentar complicações. Seja transparente: existem diferentes opiniões sobre segurança e é crucial conhecê-las.

  • Hematomas e inchaço — o mais comum e geralmente temporário.
  • Infecção — rara, mas séria; por isso a assepsia e o ambiente são essenciais.
  • Reações alérgicas — incomuns, variam com o material.
  • Granulomas e nódulos — especialmente com materiais permanentes ou técnica inadequada.
  • Oclusão vascular (bloqueio de vaso sanguíneo) — risco raro, mas potencialmente grave (pode causar necrose ou até perda de visão se ocorrer na área ocular). Profissionais devem conhecer sinais precoces e ter protocolo para agir (ex.: uso de hialuronidase quando aplicável).

Fontes confiáveis que detalham riscos e orientações: FDA sobre dermal fillers (fda.gov/dermal-fillers) e American Academy of Dermatology (aad.org/fillers).

Resultados e durabilidade

A durabilidade varia:

  • Ácido hialurônico: costuma durar de 6 a 18 meses, dependendo da fórmula e área tratada.
  • Hidroxiapatita de cálcio: 12–24 meses (ou mais, para sustentação e estímulo de colágeno).
  • Ácido poli-L-láctico: efeito gradual que pode durar até 2 anos.

Lembre-se: metabolismo individual, estilo de vida e técnica influenciam a duração.

Cuidados pré e pós-procedimento

  • Pré: evite anti-inflamatórios e álcool nas 48–72 horas anteriores, a menos que orientado pelo médico.
  • Pós: compressas frias para diminuir inchaço; evitar exercícios intensos e exposição ao calor nas primeiras 24–48 horas.
  • Procure o profissional se notar dor intensa, alterações na coloração da pele (pálida ou arroxeada), perda de sensibilidade ou diminuição da visão.

Custos — quanto custa um preenchimento?

O custo varia conforme cidade, clínica, profissional e tipo de produto. No Brasil, o valor costuma ser cobrado por seringa (ml) ou por sessão. Em geral, espere uma faixa variável — é impossível dar um preço exato sem avaliação, e desconfie de valores muito baixos.

Exemplos práticos e aprendizados da minha experiência

Já acompanhei pacientes que queriam lábios extremamente volumosos e, com uma abordagem conservadora (menos produto e técnica adequada), atingimos um resultado natural que elevou a autoestima. Também vi casos de quem precisou de correção com hialuronidase por preenchimentos excessivos feitos por profissionais sem qualificação. O aprendizado é claro: menos é mais, e largura de conhecimento do profissional salva resultados.

Perguntas frequentes (FAQ)

1. O preenchimento dói?

Há desconforto, mas anestésicos tópicos ou locais reduzem a dor. A sensação varia por região.

2. Dá para voltar ao trabalho no mesmo dia?

Depende do inchaço e da rotina. Muitas pessoas retornam ao trabalho no mesmo dia, mas com possível leve inchaço/hematomas visíveis.

3. Posso combinar preenchimento com toxina botulínica (botox)?

Sim. São procedimentos complementares — botox relaxa músculos, preenchimento repõe volume. A combinação, quando bem feita, traz resultados harmônicos.

4. Preenchimento permanente é uma boa escolha?

Preenchimentos permanentes têm maior risco a longo prazo. Avalie com cautela e prefira materiais reabsorvíveis, principalmente se for a sua primeira experiência.

5. Como agir diante de uma emergência (sinais de oclusão)?

Se houver dor intensa, pele pálida/escurecida ou perda de visão, procure imediatamente o profissional ou emergência. Em casos de AH, hialuronidase deve ser aplicada o mais rápido possível.

Conclusão rápida

Preenchimento é uma ferramenta poderosa para rejuvenescer e harmonizar o rosto — quando usado com critério, técnica e por profissionais qualificados. Entenda o material, verifique o histórico do profissional, conheça riscos e tenha expectativas realistas. A segurança e a naturalidade vêm da combinação entre técnica, conhecimento e diálogo honesto entre paciente e médico.

Últimas recomendações

  • Procure referência e avaliação presencial antes de decidir.
  • Pergunte sempre sobre o produto (marca e lote).
  • Prefira abordagens conservadoras e sessões de retoque em vez de exageros de primeira hora.

FAQ rápido — dúvidas comuns

  • Posso amamentar após o preenchimento? — O ideal é evitar; consulte seu médico.
  • O resultado fica artificial? — Não necessariamente; depende da técnica e da quantidade usada.
  • Existe idade mínima? — Geralmente para adultos; avaliação individual é necessária.

E você, qual foi sua maior dificuldade com preenchimento? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo!

Fontes consultadas: FDA — Dermal Fillers (https://www.fda.gov/medical-devices/cosmetic-devices/dermal-fillers) e American Academy of Dermatology — Injectable Fillers (https://www.aad.org/public/cosmetic/fillers). Também consultei materiais informativos da American Society of Plastic Surgeons (https://www.plasticsurgery.org/cosmetic-procedures/injectable-fillers) para dados sobre procedimentos.

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